Friday, April 3, 2015

MARIETA: O CASAMENTO DA MINHA VIDA

Marieta





'O casamento da minha vida foi com o Chico Buarque', confessa Marieta Severo
(Escrito por: Norma Nascimento)


No auge da sua vida aos 66 anos, Marieta Severo se mantêm como uma mulher linda, talentosa e guerreira. Em entrevista, a atriz falou sobre como é encarar a chegada da idade mais avançadaEla falou sobre sua vida em família, sobre Chico Buarque.casamento da minha vida foi esse, com o Chico. Eu não tenho mais necessidade de morar junto, de acordar todo dia ao lado de alguém. Eu tenho uma vida muito intensa, uma família que é muito presente, eu gosto dos meus domingos aqui na minha casa, com as minhas filhas, os netos e "o Chico.







Com certeza, Marieta está super segura sobre a sua vida e o seu papel de mulher e a passagem do tempo. A velhice que se aproxima parece ser um incentivo até maior para o seu crescimento intelectual.

“Vejo tanta gente preocupada em colocar
Botox
na testa, eu queria poder colocar Botox no cérebro. Tenho verdadeiro pavor de perder a capacidade mental, é isso o que mais me assusta quando penso na velhice. Quero ser uma atriz velha com capacidade de decorar um texto, quero ser lúcida na vida e na família.”, confessa.

Arrasou!
(Fonte: Zero Hora)

Marieta Severo relembra momentos de sua vida no exílio ao lado de Chico Buarque

Com quase 50 anos de carreira, a artista que alcançou sucesso no teatro, no cinema e na televisão, se declara feminista (sem militância) e revela detalhes do casamento com Chico Buarque, com quem viveu por 30 anos e teve três filhas.

Armando Antenore - Edição: MdeMulher)


Quando escolho um trabalho, atendo principalmente ao desejo de contar uma ótima história, seja engraçada, seja dolorosa - uma história que me toque de diferentes modos e que toque o público. Não entro em cena para passar mensagens. O que me interessa é o enredo. Incêndios trata de uma guerra civil no Oriente Médio. Presa por participar do conflito, a personagem que interpreto, Nawal, sofre tortura. Lógico que uma trama assim nos faz refletir sobre o Brasil e a trajetória da minha geração. Eu, Marieta, 66 anos de idade e quase 50 de carreira, atravessei a juventude embaixo de ditadura.

Pressionado pela ditadura, o compositor Chico Buarque, seu marido à época, se exilou na Itália em janeiro de 1969. Você o acompanhou e permaneceu por lá até março de 1970. Que recordações guarda daquele período?
Eu me recordo de ter ficado muito apavorada. Acabara de completar 22 anos, e o exílio me pegou de surpresa. Viajamos à Europa com a intenção de retornar logo, dentro de uns 20 dias. Chico participaria de uma feira musical em Cannes, na França, e depois seguiríamos para Roma. Foi quando nos chegaram recados do Gilberto Gil e do Caetano Veloso, que se encontravam presos no Brasil: "Não voltem!" Falavam que, se voltássemos, o Chico iria diretamente do aeroporto para o xadrez. Tínhamos as roupas do corpo, umas tantas nas malas e nada mais. Mesmo grávida de minha primeira filha, a Silvinha, perdi 8 quilos em dois meses! Precisei arranjar ginecologista às pressas e fiz curso de gestante em italiano, língua que mal arranhava.  

Quando vocês retornaram, o medo persistiu?
Persistiu porque recebíamos ameaças constantemente. Todo fim de ano, nos enviavam cartões com advertências do gênero: "Chico será o próximo". Certa manhã, enquanto dormíamos em nosso apartamento, na Lagoa (bairro da zona sul carioca), a polícia o invadiu e agarrou o Chico. Me lembro também de sentir o coração apertado toda vez que o Chico saía com nossas três filhas, ainda pequenas. Eu os observava da varanda e pensava: "Ai, meu Deus..." Temia que colocassem uma bomba no carro da família, sei lá. Mesmo assim, não os impedia de passear juntos. Procurava tocar a vida sem paranoias excessivas e sem transmitir minhas angústias para as meninas. Tentava agir como se nada daquilo existisse.

Você já militou politicamente?
Não, nunca ingressei em sindicatos, partidos ou algo que o valha. Mas sempre me posicionei. Costumávamos discutir política em casa. Embora não seja nenhuma estudiosa da área, interessei-me pelo assunto desde cedo. Digamos que faço o mínimo: acompanho o noticiário e busco me manter informada sobre o que se passa no Brasil. Claro que, logo após o golpe de 1964, participei mais ativamente de assembleias e passeatas. Muitos jovens da época participavam, ainda que não se engajassem nesta ou naquela sigla. A política se confundia com a rotina da gente.

Em 1964, já trabalhava como atriz?
Estava terminando o curso de normalista e estudava teatro no Tablado (célebre escola do Rio). Estreei profissionalmente um pouco depois, em 1965. Tinha 18 anos e imagina
va que, sendo atriz, mudaria o mundo (risos). Veja quanto a política nos influenciava.


(Foto: José Antonio)

Você se considera feminista?
Talvez me considere, mas uma feminista sem militância. Me esforcei desesperadamente para continuar trabalhando fora enquanto criava as meninas. Minha mãe, típica dona de casa, não me compreendia direito. Eu, na realidade, adorava aquela correria. Faço parte de uma geração e de um "gueto" - a Ipanema dos anos 1960 e 1970 - que se guiavam por uma palavrinha mágica: "experimental". Tínhamos de experimentar, de inovar, de mudar os costumes. Questionávamos tudo: a escola das crianças, o próprio casamento, a obrigação de botar uns saiotes tenebrosos sobre o biquíni quando engravidávamos.

Saiotes?
Saiotes! Grávidas não podiam exibir a barriga na praia. Então punham saiotes em cima do biquíni para cobri-la. Eu me negava àquela humilhação (risos). Leila Diniz, minha amiga querida, também (ícone da emancipação feminina, a atriz niteroiense conheceu Marieta em 1966 e morreu em 1972, com apenas 27 anos). Uma ocasião, a fotografaram no mar, grávida e de biquíni, mas sem saiote.  Foi um escândalo! Como nós duas sempre quisemos filhos, nos projetávamos morando juntas numa comunidade alternativa, repleta de crianças. Bastávamos nós e os bebês (risos).

Vocês imaginavam ter filhos sem se casar?
Imaginávamos! Só que acabei me casando com o Chico e permaneci assim por três décadas. Uma relação que fluiu muito bem, aliás.

Era um casamento aberto - ou experimental, para usar o termo da sua geração?
(Risos) Não, vivi meu casamento da maneira tradicional.

Chico dividia as tarefas domésticas com você? Trocava fralda das meninas, por exemplo?
Você quer saber se o Chico trocava fralda?! Que deselegante! (risos) Eram outros tempos, malandro! 


Marieta Severo relembra momentos de sua vida no exílio ao lado de Chico Buarque


Os homens só se conscientizaram de que tinham de assumir novos papéis na família depois de as mulheres encherem bastante o saco deles. De fato, a gente se sobrecarregava à beça, nos sentíamos na obrigação de atender a todas as demandas. Enquanto pipocávamos feito malucas, de lá para cá, os homens se mantinham quase que exclusivamente presos às funções masculinas mais convencionais.
Resumindo: Chico não trocava fralda.
Não trocava. Mas buscou muita criança em festinhas de aniversário (risos).





(Entrevista publicada em novembro de 2013 na revista CLAUDIA.)




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Marieta Severo e Chico Buarque se conheceram quando ela trabalhava no espetáculo "O Bicho", em 1966.

 Os dois ficaram casados por 30 anos - eles se separaram em 1996 - e tiveram três filhas: Sílvia, 40, Helena, 39, e Luísa, 35. Amigos até hoje, passam o Natal e datas comemorativas em família.




(Arquivo pessoal - Divulgação/ Arquivo iG)


- Marieta Severo, atriz, em entrevista na qual admite que ainda possui conta conjunta com o ex-marido Chico Buarque

(- Fonte: Revista ISTOÉ Gente, edição 275 - 15/11/2004)


                                                                                         A entrevista poderia ter sido uma catástrofe, a pior entrevista da história das entrevistas: que tipo de repórter idiota perguntaria a Marieta Severo se é verdade que ela ainda tem conta conjunta com o ex-marido Chico Buarque?
Eu, que fui gentilmente convidada pela própria Marieta a entrar em sua sala, puxada pela anfitriã pelo braço para ver a espetacular vista da varanda de sua casa na Gávea – com direito a Rocinha, Lagoa e muito mais. Eu, que fui por ela servida de café e salgadinhos e sentei em seu sofá, de frente para vários porta-retratos onde se eternizam momentos-família dos Severo-Buarque de Holanda: Marieta, Chico, as três filhas (Silvia, 35, Helena, 33, e Luísa, 29) e os três netos (Francisco, 8, e Clara, 6 – de Helena –, e Lia, 2, de Luísa). Eu, que sei tão bem quanto você que Marieta não é dada a entrevistas, que gosta de preservar sua vida pessoal, que não aceita falar de intimidades e, sobretudo, que odeia falar publicamente de Chico – isso, mesmo quando eram casados.

Acontece que um dos pré-requisitos do bom jornalismo é perguntar tudo o que for relevante para que o leitor possa entender melhor quem está sendo retratado. É preciso fazer o entrevistado se sentir à vontade e só aí entrar em áreas desconfortáveis e dar o bote que diferencia grandes entrevistas das café-com-leite. Quando o papo está uma delícia, como era o caso, fazer isso é ainda mais difícil.

Marieta Severo da Costa, 58 anos, é uma de nossas melhores e mais prolíficas atrizes. São mais de 30 filmes, seis novelas e 50 peças, sem contar sua participação como dona Nenê no seriado global A Grande Família. Nasceu em família de classe média e tradicional, em 2 de novembro de 1946. Como qualquer garota de sua época, vivia na praia, estatelada ao sol. Como poucas garotas de sua época, tinha Antônio Pitanga como companheiro de frescobol. E se acabava de dançar ao lado de Nelson Motta, Edu Lobo, Dori Caymmi, Leila Diniz – todos adolescentes ainda virgens de fama. A vida seguia em ritmo de sol, mar, banquinho e violão até que Marieta, que aos 18 anos cursava magistério para virar professora primária, entrou por acaso no Tablado (escola de teatro) durante o ensaio de uma peça e ficou encantada com a arte de representar. Convenceu o pai, um desembargador mineiro muito sério, de que ser atriz era uma profissão como outra qualquer e foi à luta.

Não tivesse ela entrado no teatro naquele dia, certamente não teria conhecido o homem de sua vida: Chico Buarque, que, em 1966, aos 22 anos, foi levado pelo amigo Hugo Carvana para assistir a uma peça de Marieta e ficou maravilhado com a morena que viu no palco. Esperou uns dias e voltou, dessa vez trazendo um vaso de flores nas mãos.

Recém-saída de um primeiro e brevíssimo casamento, Marieta foi morar com Chico pouco tempo depois, e a união durou 30 anos. Construíram uma tradicional vida familiar, com direito a almoço de domingo, buscar criança no colégio e passar a noite em claro porque uma das meninas estava com febre. Eram uma bolha de caretice em meio à efervescência da época. Não que eles não apoiassem todos os movimentos experimentais, mas, como lembra Marieta, ela tinha que acordar cedo no dia seguinte. Agora está sozinha, pela primeira vez na vida. A separação, emboradoída, foi muito bem resolvida por ambos, que são hoje grandes amigos.

A entrevista a seguir toca em assuntos da vida de Marieta sobre os quais ela se sente pouco confortável falando. Mesmo assim, em nenhum momento fez cara feia. Nem mesmo quando indaguei sobre a tal conta conjunta. Nessa hora, rindo com aquele eterno jeito de moleca, Marieta simplesmente disse: “Ah, não faz isso, vai. A gente tava indo tão bem”. Como o compromisso com o bom jornalismo vem acima da vontade de agradar quem se admira, vai aqui a resposta: sim, Marieta e Chico dividem talões até hoje.

())revista Tpm)

Marieta Severo dispara: “Por causa de Chico Buarque, aprendi a parar para ouvir música”


A atriz relembrou uma herança significativa que levou do casamento


O casamento de Marieta Severo e Chico Buarque pode não ter dado certo, mas com certeza acrescentou algo na vida dos artistas. Afinal de contas, sempre há algo bom para tirar de uma relação a dois, não é mesmo?




Em entrevista à apresentadora Sarah Oliveira no programa “Viva Voz”, a atriz contou que seu ex-marido lhe ensinou a deixar de fazer algumas coisas para apreciar a música com mais atenção.
Ao relembrar o tempo em que estiveram juntos, a global disparou: “A música em casa atrapalhava ele. Bom, por causa dele, aprendi a parar para ouvir música.”


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